sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Missões em Curitiba - Call2All DTS

Bar Ministry em Angeles - Filipinas = Diferença grande de ministério com prostitutas no Centro de Curitiba


Missões em Curitiba - Call2All DTS
Em Kona, conheci um cara chamado Daniel, que fazia a mesma escola que a Cris, minha amiga brasileira-coreana. E aconteceu que enquanto a maioria voltou pra casa depois do fim do DTS, ele ficou como staff na mesma escola que ele fez. E acabou liderando um time de outreach, que por acaso veio parar em Piraquara - cidade vizinha de Curitiba. O time dele é composto por 18 pessoas, sendo que dessas, 3 são crianças.
A Cristina veio pra Curitiba pra ajudar e quem acabou entrando na barca também fui eu. No dia 28, resolvemos ir para a base para conhecê-los. A viagem demorou apenas duas horas, porque claro, nos perdemos um pouquinho. Ao chegar na base, toda aquela idéia de fim do mundo foi por água abaixo porque o lugar é lindo! É aquele lugar em Curitiba que eu tava procurando pra tirar fotos. Verde, verde, verde. Há uma mansão que está sendo construída, cavalos, cercas, árvores. Simplesmente encantador.
No dia seguinte, a Monica - brasileira staff da base que estava ajudando eles - levou o grupo pra almoçar no centro e fazer o passeio com a Linha Turismo. Eu e a Cris fomos junto e cara, fiquei com dó, os gringos se queimaram! Do sol mesmo, hehe. Após o passeio, voltamos rapidinho pra casa, pra se arrumar e ir dormir na base. Lá pelas 10:30 da noite, saímos da base rumo ao Centro de Curitiba.
A missão? Encontrar prostitutas e mostrar pra elas que o PAI delas ainda está de braços abertos. A primeira que encontramos era um travesti e eu fiquei morrendo de medo depois que ela falou que umas colegas dela foram mortas ali na rua e daí alguns carros passaram buzinando e xingando. Já era meia noite e tinha tanta gente na rua, tanto bêbado, drogado, cafetão, prostituta, e o que mais me chocou, vários grupinhos de homens com cerca de 20 e poucos anos, provavelmente procurando alguma diversãozinha.
Pra mim, foi um choque, eu não tava pronta pra ver o que eu vi, a realidade das ruas é completamente diferente. Alguns travestis nem olhavam pra gente e vimos cafetinas dando bronca nas meninas, meninas que só estavam lá porque eram amigas dos travestis, já que esses são agressivos se alguém 'rouba' o ponto deles. Conversamos com meninas que eram cristãs na adolescência e se desviaram e acabaram na rua. Conversamos com meninas lindas, que faziam aquilo atraídas pelo dinheiro fácil, que preferiam vender sua honra pra conseguir aquilo que queriam.
Nas Filipinas, a abordagem era completamente diferente. Chegávamos no bar e apesar de que os cafetões podiam nos expulsar a qualquer momento, sabíamos que de alguma forma estávamos seguros lá. Na rua não, lá qualquer um podia chegar a qualquer hora e fazer sei lá o que. Na rua, a gente não tem garantia de que vai encontrar as mesmas pessoas nos mesmos lugares. Na rua, a gente tem que falar com elas como se fosse a última vez que fôssemos encontrá-las, porque muitas vezes é o que acontece.
A Thaís, era a menina que estava com a gente e que abordava as garotas. Ela simplesmente tinha a palavra certa para cada menina. O Espírito Santo usava ela de uma maneira incrível.
Meu coração fica machucado com essas questões de injustiça e prostituição, mas já não sei se esse é o tipo de ministério com elas que Deus quer que eu sirva. Amar elas era o meu gol nas Filipinas e consegui atingi-lo facilmente. Aqui, o gol era falar do amor de pai de Deus, mas eu mal conseguia conversar com elas, não sabia o que perguntar, palavras não vinham a minha boca. Foi difícil. O ambiente era pesado, muito pesado.
Não sei dizer se é uma experiência que eu repetiria. Talvez se tivesse alguma oportunidade, mas não estaria morrendo para ir de novo. A questão de prostituição definitivamente me atrai, mas o jeito como foi feito nessa noite foi um pouco chocante demais, ou sei lá o que aconteceu…

E em breve, mais histórias, assim espero...