Missões em Curitiba - Call2All DTS
Em Kona, conheci um cara chamado Daniel, que fazia a mesma escola que a Cris, minha amiga brasileira-coreana. E aconteceu que enquanto a maioria voltou pra casa depois do fim do DTS, ele ficou como staff na mesma escola que ele fez. E acabou liderando um time de outreach, que por acaso veio parar em Piraquara - cidade vizinha de Curitiba. O time dele é composto por 18 pessoas, sendo que dessas, 3 são crianças.
A Cristina veio pra Curitiba pra ajudar e quem acabou entrando na barca também fui eu. No dia 28, resolvemos ir para a base para conhecê-los. A viagem demorou apenas duas horas, porque claro, nos perdemos um pouquinho. Ao chegar na base, toda aquela idéia de fim do mundo foi por água abaixo porque o lugar é lindo! É aquele lugar em Curitiba que eu tava procurando pra tirar fotos. Verde, verde, verde. Há uma mansão que está sendo construída, cavalos, cercas, árvores. Simplesmente encantador.
No dia seguinte, a Monica - brasileira staff da base que estava ajudando eles - levou o grupo pra almoçar no centro e fazer o passeio com a Linha Turismo. Eu e a Cris fomos junto e cara, fiquei com dó, os gringos se queimaram! Do sol mesmo, hehe. Após o passeio, voltamos rapidinho pra casa, pra se arrumar e ir dormir na base. Lá pelas 10:30 da noite, saímos da base rumo ao Centro de Curitiba.
A missão? Encontrar prostitutas e mostrar pra elas que o PAI delas ainda está de braços abertos. A primeira que encontramos era um travesti e eu fiquei morrendo de medo depois que ela falou que umas colegas dela foram mortas ali na rua e daí alguns carros passaram buzinando e xingando. Já era meia noite e tinha tanta gente na rua, tanto bêbado, drogado, cafetão, prostituta, e o que mais me chocou, vários grupinhos de homens com cerca de 20 e poucos anos, provavelmente procurando alguma diversãozinha.
Pra mim, foi um choque, eu não tava pronta pra ver o que eu vi, a realidade das ruas é completamente diferente. Alguns travestis nem olhavam pra gente e vimos cafetinas dando bronca nas meninas, meninas que só estavam lá porque eram amigas dos travestis, já que esses são agressivos se alguém 'rouba' o ponto deles. Conversamos com meninas que eram cristãs na adolescência e se desviaram e acabaram na rua. Conversamos com meninas lindas, que faziam aquilo atraídas pelo dinheiro fácil, que preferiam vender sua honra pra conseguir aquilo que queriam.
Nas Filipinas, a abordagem era completamente diferente. Chegávamos no bar e apesar de que os cafetões podiam nos expulsar a qualquer momento, sabíamos que de alguma forma estávamos seguros lá. Na rua não, lá qualquer um podia chegar a qualquer hora e fazer sei lá o que. Na rua, a gente não tem garantia de que vai encontrar as mesmas pessoas nos mesmos lugares. Na rua, a gente tem que falar com elas como se fosse a última vez que fôssemos encontrá-las, porque muitas vezes é o que acontece.
A Thaís, era a menina que estava com a gente e que abordava as garotas. Ela simplesmente tinha a palavra certa para cada menina. O Espírito Santo usava ela de uma maneira incrível.
Meu coração fica machucado com essas questões de injustiça e prostituição, mas já não sei se esse é o tipo de ministério com elas que Deus quer que eu sirva. Amar elas era o meu gol nas Filipinas e consegui atingi-lo facilmente. Aqui, o gol era falar do amor de pai de Deus, mas eu mal conseguia conversar com elas, não sabia o que perguntar, palavras não vinham a minha boca. Foi difícil. O ambiente era pesado, muito pesado.
Não sei dizer se é uma experiência que eu repetiria. Talvez se tivesse alguma oportunidade, mas não estaria morrendo para ir de novo. A questão de prostituição definitivamente me atrai, mas o jeito como foi feito nessa noite foi um pouco chocante demais, ou sei lá o que aconteceu…
E em breve, mais histórias, assim espero...
Oi Erika,
ResponderExcluirNão se preocupe. Você não precisava ter sido melhor do que foi. Talvez Deus só quis te dar a experiência desse mundo que você ainda não conhecia. A primeira vez que eu falei na minha igreja eu me embananei todo; não que hoje eu sou um ótimo orador, mas já vejo uma evolução. Não fique decepcionada por não saber oq dizer, ou como dizer, naquela noite... Apenas acredite que Deus tem tudo no controle.
Se Ele tem te dado esse tipo de experiência, talvez seja pq Ele quer te ensinar algo novo.
O Espírito Santo já usa você, e está te preparando para usar mais e mais. Se houver outra oportunidade, não tenha medo de repetir. E se for possível, me chame!
Beijos,
Feliz 2011.
be careful, my Erikita! I am glad you returned safely to tell this story...
ResponderExcluir-Jesse