

SOBRE A VIRTUDE DE SER RADICAL
Dizer que é possível ouvir a voz de Deus e obedecer-lhe é tido como algo esquisito, quase banal, hoje em dia. Quase como um guru de auto-ajuda num surto psicótico, ou um papai noel todo-poderoso, Deus manda líderes evangélicos comprar para si carros BMW e mansões, ajuntar ouro para re-construir um templo de Salomão em terras tupiniquins, pedir grandes somas a seus fiéis, fugir com dinheiro em espécie para paraísos fiscais.
Para os mais sérios, falar com Deus parece presunçoso. Como ele vai se ocupar comigo sendo que tem tanto em que pensar? Como eu, um zé-ninguém, vou “servir” em alguma coisa aos propósitos de Deus? Parece que ele é grande o suficiente pra fazer o que ele tem de fazer sem precisar de mim.
Para acabar com essas dúvidas, basta ler a Bíblia. Houve tantos zés-ninguém que “serviram” a Deus em seu propósito! De fato, Deus só teve de fazer tudo pessoalmente num momento da história e, mesmo assim, teve um ministério curto, de apenas três anos. Quem completou seu trabalho foram os zés, como eu e você, que acreditaram radicalmente nele.
A palavra radical assusta um pouco as pessoas hoje em dia. Todo mundo quer é ser meio zen. Até no meio cristão consideramos o equilíbrio como uma virtude suprema. Se alguém está se sacrificando muito na obra, dizemos, com voz solene: “Cuidado! Temos de ter equilíbrio”. Jogamos água fria na ousadia e nos sonhos radicais dos jovens, dizendo-lhes que devem se preparar para uma vida equilibrada, e até mesmo que viver em extrema dedicação a Deus lhes trará problemas no futuro.
Curiosamente, o conceito de “equilíbrio” não é um conceito cristão, mas grego. Platão e Aristóteles se referiram ao equilíbrio como o lugar de felicidade e virtude. É difícil relacionar a pessoa de Jesus a essa idéia. Jesus não tinha nada de “equilibrado”. Ele era extremamente radical. Não trilhou o caminho mais fácil. Foi extremo em sua crítica à religião instituída, adotou um estilo de vida “anormal”, radicalizou em sua maneira de amar, não se dobrando aos preconceitos e tabus de sua cultura.
Jesus não tinha como alvo a felicidade ou o bem-estar pessoal. Seu alvo era obedecer a Deus. Aristóteles estabeleceu que a virtude está no meio, e o budismo permeou a cultura pós-moderna com a idéia de que o “caminho do meio” é o melhor caminho. No entanto, a Bíblia afirma que os mornos serão vomitados, e narra histórias de heróis da fé que tiveram uma fé radical, a ponto de terem sido mortos ao fio da espada, torturados, serrados ao meio. A falta de radicalismo hoje nos induz a um cristianismo insípido, acomodado ao formato do mundo.
Para a radicalidade de Jesus não existem padrões de vida preestabelecidos; existe antes a obediência diária à voz do Pai. Hoje, esta voz pode me dizer para sair de casa, passar vários dias em oração e jejum, renunciar à alimentação, ao conforto dos relacionamentos familiares. Amanhã, ela poderá me dizer: “Volte para os seus, esteja com eles, eu quero você em casa”. Posso tentar equilibrar tudo o que tiver em minhas mãos: ministério, dedicação aos pobres, estudo, oração, conforto e desconforto, tempo de renúncia e tempo de restauração pessoal, e enlouquecer no processo. Como equilibrar o desespero pelas almas com a paz de Cristo? A dor pelos perdidos com o conforto de um coração restaurado?
Só Deus, em sua capacidade de nos guiar nos detalhes de nossa vida, pode nos dar o verdadeiro equilíbrio. Para alcançá-lo, entretanto, temos de estar dispostos à obediência radical. Temos de ir ao extremo de obedecer em tudo, mesmo naquilo que nos pareça absurdo e contrário ao senso comum. Aliás, hoje em dia o senso comum é um grande indutor ao erro.
Seguir a Deus numa aventura missionária para algum lugar perigoso é uma decisão fora do equilíbrio de uma vida convencional. No entanto, se foi ele mesmo quem nos mandou, temos de pesar tudo para saber se ouvimos a ele ou ao nosso entusiasmo por aventuras. Assim, estaremos seguros.
A maioria dos povos não alcançados hoje está em lugares de difícil acesso. Politicamente fechados ou geograficamente isolados, é preciso uma dose dobrada de coragem para se chegar a eles. Para um servo, porém, para um verdadeiro escravo de seu Senhor, não podem existir restrições ou condições impostas à obediência. Obediência é a regra, é a vida. Deus nos convida à obediência radical.
Ser radical para Cristo, no entanto, é diferente de ser fundamentalista. O atentado contra as torres gêmeas colocou o mundo em oposição à religiosidade radical. Foi o fundamentalismo islâmico que gerou o terrorismo. O fundamentalismo cristão também cometeu atrocidades e provocou guerras. Quando falamos da radicalidade da obediência a Cristo, estamos falando do radicalismo do amor. Amar os povos e a Cristo, que os criou, até o fim. Amar, batendo mosquitos nas pernas até que as picadas se tornem feridas; amar, carregando os filhos nas costas para atravessar uma floresta debaixo de água, para passar apenas algumas semanas com os amigos de outra cultura que estão no caminho de descobrir a Deus. Amar, embrenhando-se num país estranho, sofrendo o frio das montanhas e comendo churrasco de rato assado em meio às cinzas de um vulcão, simplesmente porque algumas pessoas em algumas casas precisam aprender a ler melhor a Bíblia.
A única bomba que esse amor radical carrega é o Espírito Santo. Um dia podemos estar ali, desanimados diante de duas ou três pessoas — as únicas que suportaram ouvir nossa mensagem carregada de sotaque —, e, de repente, a bomba explode e a praça se enche. As mulheres vêm de dentro das suas casas limpando as mãos no avental; os homens chegam do trabalho, olhando curiosos, com o olhar brilhando com a chama do arrependimento.
Mas pode ser também que essa bomba leve anos para explodir. Pode ser que, passados trinta anos, ela ainda se mantenha intacta, e tenhamos de ir embora sem ver o resultado, que só será colhido uma geração mais tarde. Essa vida pode não parecer agradável, mas é. Posso assegurar hoje, depois de ter vivido muitas aventuras com Deus, que não há vida melhor do que esta.
Depois que eu fiquei noiva, comecei a entender melhor o que é ser a noiva de Cristo.
Não vou entrar em aspectos teológicos porque essa não é a intenção desse post.
Desde que o Espírito Santo começou a falar comigo a respeito disso, passei a perceber o quão horrível eu era como a noiva de Jesus. Depois que você é uma noiva, fica fácil fazer a comparação entre "noivo Jesse" e "noivo Jesus". Eu não dedicava a Jesus tanto tempo quando eu dedico ao Jesse.
Acho que uma grande característica das noivas é a paixão. Será que a igreja está vivendo essa paixão de noiva por Jesus? Buscando, sem se importar com o que os outros pensam? Fazendo tudo para agradá-lo?
Noiva busca o amado. Noiva quer estar com ele e anseia desesperadamente pelo dia do casamento. Noiva quer fazer de tudo que possa agradar ao noivo.
A noiva quer estar com o seu amado, não importa a situação… ela quer saber como ele está e se preocupa com a opinião dele.
A noiva faz coisas que antes não fazia, porque sabe que isso vai deixá-lo contente. A noiva se submete àquilo que o futuro marido diz.
A noiva não é a namorada de Jesus. A noiva tem um nível de intimidade e comprometimento muito maior que uma namorada teria.
Jesus procura por uma noiva. E a noiva de Jesus é "pura e perfeita, sem manchas, ou rugas, ou qualquer outro defeito." [Ef 5:27]
Vamos parar de ser namorada de Jesus, e se tornar a noiva! O pedido ele já fez, o 'dote' ele já entregou. Não há motivos para ter medo de ser a noiva dele, compromissada somente com ele, pois ele é o único que pode suprir todas as suas necessidades!
A melhor coisa de ser a noiva de Jesus, é ter a certeza que, no tempo certo, ele vai voltar pra me buscar!